quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

" Arnaldo Caracol"

Trabalhámos este texto de José Fanha com o objectivo de desenvolvermos a consciência fonológica, morfológica, lexical e sintáctica.
Gostámos muito de fazer o "jogo do sabe tudo..." e de fazer o "mapa semântico de comparação".
Adorámos o texto!

O meu amigo Arnaldo era um caracol de alta competição.
Não é que o meu amigo corresse. Ele até nem tinha pernas para isso.
Nem para isso nem para nada! Um caracol é um caracol. Nao corre. Desliza.
Mas bastava cair uma chuvita e lá vinha ele a deslizar e cá com uma velocidade que nem vos digo!
Não sei se todos os que me estão a ler, neste momento, sabem exactamente o que é um atleta de alta competição.
Eu também não sabia mas, à custa de fazer perguntas, acabei por aprender.
Um atleta de alta competição é uma pessoa que passa todos os dias da sua vida esquecido de tudo, dedicado a correr, a saltar ou atirar para longe umas bolinhas, uns discos ou uns palitos de ferro.
O que estes atletas de alta competição querem é atirar as bolinhas de ferro mais longe do que toda a gente, ou saltar mais alto que toda a gente, ou chegar mais depressa que toda a gente ao fim de uma corrida.
Há uns senhores que medem os metros que eles saltam, a distância a que atiram as bolinhas e os segundos que eles correm para chegar ao fim.
Quando conseguem ser melhores que toda a gente, ficam a chamar-se recordistas, recebem uma
medalha toda dourada que guardam numa vitrina para mostrar às visitas e a fotografia deles até
vem nos jornais.
O meu amigo Arnaldo caracol não se treinava.Não queria correr mais depressa que os outros, nem atirar bolinhas mais longe que os outros, nem saltar mais alto que os outros.
Ele só queria, todas as noites, ir dar um beijinho à namorada, que era uma caracoleta muito bonita que morava na casa em frente do outro lado da rua e que se chamava Aldina.
O meu amigo Arnaldo Caracol adorava a sua Aldina caracoleta. Mal ela aparecia nos degraus da casa em frente, lá ia o bom do Arnaldo numa corrida desenfreada.
Depois era um nunca mais parar de beijinhos bons. Às vezes, conversavam ao luar sobre as coisas de que os caracóis gostam de falar. Passeavam entre plantas e flores, mordiscando uma folha aqui, uma pétala ali. Deslizavam apaixonadamente pelos quatro cantos do jardim.
José Fanha


















































































































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